segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Dados da Educação no Brasil.

A situação da educação no Brasil apresentou melhorias significativas na última década do século XX: houve queda substancial da taxa de analfabetismo e, ao mesmo tempo, aumento regular da escolaridade média e da freqüência escolar (taxa de escolarização). No entanto, a situação da educação no Brasil ainda não é satisfatória, principalmente em algumas das cinco grandes regiões do país.

Veja nos gráficos que seguem as estatísticas educacionais produzidas pelo IBGE, mas antes, acompanhe no quadro abaixo a descrição sucinta do Sistema Educacional Brasileiro.
O Sistema Educacional Brasileiro
Educação infantil
destinada a crianças de 0 a 6 anos de idade. Compreende creche e pré-escola;
Ensino fundamental (1º Grau)
abrange a faixa etária de 7 a 14 anos e com duração de 8 anos. É obrigação do Estado garantir a universalidade da educação neste nível de ensino.
Ensino médio (2º Grau) e médio profissionalizante
Duração variável entre 3 e 4 anos;
Ensino superior
Compreende a graduação e a pós-graduação. Os cursos da graduação têm duração de 4 a 6 anos. Na pós-graduação, a duração varia de 2 a 4 anos, para os cursos de mestrado, e entre 4 a 6 anos, para o doutorado.
Além desses níveis, o sistema educacional atende aos alunos portadores de necessidades específicas, preferencialmente, na rede regular de ensino. Esse atendimento ocorre desde a educação infantil até os níveis mais elevados de ensino. Atende, também, ao jovem e ao adulto que não tenham seguido ou concluído a escolarização regular, na idade própria, através dos cursos e exames supletivos.
As pessoas de 14 anos de idade deveriam ter em média 8 anos de estudo, ou seja, terem terminado o ensino fundamental (completado a 8ª série). Porém, é somente na faixa entre 19 e 24 anos de idade que a média da população alcança 8 anos de estudo.
Acompanhe os resultados no gráfico abaixo:


Taxa de freqüência escolar

O Brasil chegou ao final do século XX com 96,9% das crianças de 7 a 14 anos de idade na escola. Entretanto, em 2002 apenas 36,5% das crianças de zero a seis anos de idade freqüentavam creche ou escola no país. O percentual ainda é menor se levarmos em conta as crianças de zero a 3 anos de idade. Destas, apenas 11,7% estão matriculadas em creche ou escola.

Na tabela abaixo, você encontra as proporções de crianças e jovens que freqüentam escola, segundo as faixas etárias, para o Brasil e as cinco grandes regiões:
Taxa de freqüência à escola ou creche da população residente
Total 0 a 6 anos 7 a 14 anos 15 a 17 anos
Brasil 31,7% 36,5% 96,9% 81,5%
Nordeste 35,5% 37,7% 95,8% 79,9%
Sudeste 29,2% 38,6% 97,8% 83,8%
Sul 29,3% 33,6% 97,9% 78,8%
Centro-Oeste 32,5% 30,7% 97,1% 80,3%
Fonte: Síntese de Indicadores Sociais 2003. IBGE TEEN

A teoria da escola dualista


Os franceses Roger Establet e Christian Baudelot escreveram em 1971, A escola capitalista na França sob a influência da teoria marxista.
Para Establet e Baudelot, se vivemos em uma sociedade dividida em classes, não é possível haver uma escola única. Esxistem na verdade duas escolas, diferentes quanto ao número de anos de escolaridade, aos itinerários, aos fins da educação. Duas escolas diferentes, opostas, heterogêneas, antagonistas. Chamadas de SS (secundária superior) e PP (primária profissional), correspondendo à divisão da sociedade em burguesia e proletariado.
A divisão das duas escolas não ocorre no fim da escolarização, mas desde o começo os filhos dos trabalhadores estão destinados a não atingir níveis superiores, encaminhando-se para atividades manuais. Desse modo se observa que a escola reafirma a divisão entre trabalho intelectual (rede SS) e trabalho manual (rede PP), já que nessa dicotomia repousa a possibilidade material de manutenção da estrutura capitalista. Fonte: Filosofia da Educação - Maria Lúcia de Arruda Aranha.

A escola como aparelho ideológico do Estado


No início da década de setenta, o filósofo francês Louis Althusser afirmou que a escola é um aparelho ideológico do Estado, causando com isso um verdadeiro furor entre os intelectuais da época. Alguns professores acordaram para a questão de serem peças num tabuleiro de jogo ideológico.

Os problemas educacionais estão no conceito de que a escola reproduz desigualdade social, na medida em que contribui para a reprodução da ideologia das classes dominantes e mesmo para a reprodução das próprias classes sociais.

A dominação de classe se dá em primeiro momento no econômico, é a luta histórica, que expressa na política, na luta ideológica e na hegemonia. O Estado usa os aparelhos ideológicos e reprodutores de ideologia, para manter a dominação sobre a classe menos favorecida. São concepções de mundo e crenças sedimentadas historicamente.

Para Althusser os aparelhos repressivos e ideológicos do Estado não se confundem,pois o repressivo, funciona através do emprego da força(violência), enquanto a ideologia é utilizada para os demais, como por exemplo: família, escola, igreja, judiciário,partidos políticos, sindicatos e outros. Faz uma distinção entre o poder do Estado e o aparelho do Estado, sendo o último o corpo das instituições que constituem o aparelho repressivo do Estado e o corpo de instituições que representam o corpo dos aparelhos ideológicos do Estado.

O papel do aparelho repressivo do Estado consiste em garantir pela força (física ou não) as condições políticas das reproduções das relações de produção, que são em última instância relações de explorações. O aparelho de Estado contribui para sua própria reprodução e também assegura pala repressão as condições políticas do exercício dos aparelhos ideológicos do Estado. A ideologia é uma “representação” da relação imaginária dos indivíduos com suas condições reais de existência. Por isso, comumente se diz que a ideologia religiosa, moral, jurídica, política, etc. são “concepções de mundo”, ideologia = ilusão/alusão. Para o autor, a ideologia interpela os indivíduos enquanto sujeitos: só há ideologias pelos sujeitos e para os sujeitos, ela existe para sujeitos concretos.
Fonte: wikipedia.

Sugestão de leitura do livro As Belas Mentiras de
aria de Lourdes Chagas Deiró.